Na madrugada de 14 de Julho de 2013 aconteceu uma festa nababesca no suntuoso Copacabana Palace, na cidade do Rio de Janeiro. Até aí, nenhuma novidade num país já acostumado à enorme desigualdade social. O problema é que a festa era para comemorar o casamento entre Beatriz Barata e Francisco Feitosa Filho. Ambos são herdeiros de Jacob Barata e Chico Feitosa, considerados "Reis dos Ônibus" no Rio de Janeiro e Fortaleza, respectivamente - já que dominam o transporte público em tais cidades. Pois a festa foi realizada um mês após os chamados "Protestos de Junho", um turbilhão de manifestações em várias cidades brasileiras em todo o Brasil cujo estopim foi exatamente as péssimas condições do transporte público.
O casamento gerou grande protesto na porta da Igreja Igreja N. Sra. do Monte do Carmo e também no Copacabana Palace. Com a enorme repercussão na internet, principalmente nas chamadas "redes sociais" (com direito a transmissão ao vivo) pela Mídia Ninja, a velha mídia não teve outra saída senão noticiar o evento. Mas ocultaram o principal: o ministro do STF Gilmar Mendes e a esposa dele, Guiomar, foram padrinhos de casamento. Também estava presente o ex-governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), que foi prestigiar o "Rei do Ônibus" de Fortaleza, capital do Estado. Apenas a jornalista Hildegard Angel publicou com honestidade o evento, que chamou oportunamente de "A Bastilha Carioca" (clique AQUI), numa alusão à Tomada da Bastilha (1789) que marcou a Revolução Francesa e que aconteceu no dia 14 de Julho, mesmo dia da revolta no Rio de Janeiro contra o regabofe da elite que oprime. Porém, na velha mídia, ninguém falou sobre as "celebridades". As "Meninas do Jô" (programa partidário do PSDB na Globo), por exemplo, fofocaram durante mais de 10 minutos sobre o casamento e não disseram uma única palavra sobre a presença de Gilmar Mendes e amigos tucanos na festa. Clique AQUI e confira aos 50min20seg do vídeo.