quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Mídia picareta faz arrastão de desinformação

Ninguém nega que a violência urbana é um problema grave. E ninguém nega que há violência no Rio de Janeiro. Mas o leitor precisa ficar atento a um fator: a violência no Rio não é, nem de longe, pior do que a violência em Belo Horizonte e São Paulo, por exemplo. A diferença é que nas capitais mineira e paulista, os Estados são governados pelo PSDB. - enquanto o Rio de Janeiro é governado por um governador que apoia - e é apoiado - pelo governo federal, que os barões midiáticos odeiam.

Pois o que temos visto no noticiário é que, no Rio, estão acontecendo "arrastões" e uma "onda de violência". Enquanto isto, São Paulo está mais "tranquilo". Não sabe o leitor, mas a violência em São Paulo está fora de controle, com sequestros relâmpagos que acontecem à luz do dia TODOS OS DIAS. Isto só para ficar num exemplo.

Os "arrastões" que estão acontecendo no Rio é devido ao fato de as UPPs nas favelas estarem expulsando a criminalidade e encurralando os criminosos. E não são "arrastões", mas violência que não pode ser desconsiderada, mas também não precisa se alardeada como algo "fora de controle". Sobre isto, vale a pena ler o post de Marco Nascimento no blog no Nassif.

Caro Nassif, vou tomar a liberdade de enviar novamente uma parte do texto, agora que você publicou a entrevista com o Ignacio Cano.

Todos os relatos tratam de assaltos a dois ou mais veículos, por grupos que nunca passam de 3 ou 4 pessoas. Isso está longe de configurar algo que se possa chamar arrastão -- que já é uma expressão sem definição perfeita --, quanto mais ao se ter em mente a imagem já altamente questionável dos assaltos coletivos em correria nas praias cariocas na década de 90. Vamos chamar as coisas pelos seus nomes.

Série de assaltos não é nada bom, e eu já fui assaltado várias vezes para afirmar isso. Mas o uso do termo "arrastão" é mais uma tentativa calhorda de incutir medo no carioca, nessa alta sociedade que se apavora ao ver um grupo de negros correndo quando não é atrás de uma bola. Porque é esse o substrato que identifico no uso desse termo: racismo. O pavor automático que fotos como essa causaram pela ameaça ao lazer dominical dos IPTUs mais caros do Rio.


O restante do texto aqui:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/seguranca-e-alarmismo-midiatico#more

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