domingo, 3 de março de 2013

A bolinha de papel do Merval

Como todo mundo sabe, nas eleições de 2010 o então candidato José Serra, com ajuda de boa parte da mídia, inaugurou uma série de factoides em que teria sido vítima da truculência do PT. A primeira foi o vazamento do sigilo fiscal da filha do Serra e outras pessoas ligadas a ele que teria sido encomendado pelo PT (clique AQUI). Depois, ficou-se sabendo que Verônica Serra teria violado o sigilo de 60 milhões de brasileiros em 2001 por intermédio da Decidir, empresa dela em sociedade com Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas. (Clique AQUI). Tal passagem está devidamente explicada e documentada no livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, que provou que Verônica Serra havia sido indiciada pela Polícia Federal em processo que investigava a tal quebra de sigilos. Verônica Serra emitiu nota p/ tentar desmentir Amaury Jr (ou seja, que ela nunca (sic) foi indiciada pela PF), mas este blogueiro comprovou quem estava efetivamente mentindo (clique AQUI para conferir).

Na mesma campanha, Serra alarmou ter sido agredido por petistas quando visitava o Rio de Janeiro bem no reduto do PT. A pergunta que se fez na época foi a seguinte: o que Serra, em desesperadora queda nas pesquisas eleitorais, foi fazer num reduto petista e ainda mais num Estado onde o "Ibope" dele estava pífio? Daí, num passe de mágica, a campanha de Serra, com a ajuda do Jornal Nacional (clique AQUI) e o "perito" Ricardo Molina (clique AQUI p/ conhecer Molina) alegou que o candidato foi agredido por petistas. Depois, a TV Record e o SBT desmascararam o circo Serra & Rede Globo, provando que Serra foi parar na UTI por causa de uma bolinha de papel. (clique AQUI).

Outro caso curioso foi vivido pelo blogueiro da Globo, Ricardo Noblat. Exatamente na época em que seu blog, segundo se especulava, amargava uma queda no número de leitores, ele veio com a história que, numa festa em Brasília, teria sido xingado pelo ministro do STF, Dias Toffoli (clique AQUI). Mais curioso ainda é que até hoje não surgiram provas ou testemunhas que avalizem a versão de Noblat.

Eis que, agora, outra figura tenta emergir da penumbra. Trata-se do jornalista da Globo, Merval Pereira, que lançou um livro sobre o "mensalão" que não passa de colagens de artigos dele e do que saiu na mídia claramente anti-petista. O fato é que o livro do Merval encalhou, apesar de todo barulho, força e parafernália de publicidade que a mídia afim lhe dedicou. Nessa onda, o Instituto Millenium, antro do espectro midiático que dá vazão às idéias mais reacionárias da República, lançou a "Promoção Mensalão" (clique AQUI) para ajudar Merval. Noutro extremo, o livro de Paulo Moreira Leite - "A outra história do mensalão" -, que destrincha um julgamento midiático e político, explodiu em vendas. Salta aos olhos que o livro de Paulo Moreira Leite (com críticas contundentes ao julgamento partidas de juristas renomados), é infinitamente mais relevante para, por exemplo, um estudante de Direito do que um livro que tão-somente passa recibo nas opiniões dos donos da mídia. Pois na primeira semana de lançamento, o livro de P. Moreira Leite já aparecia em quarto lugar (não-ficção) no site Publishnews, que mede a vendagem em todo o Brasil (clique AQUI).

Bom, o que isso tem a ver com Serra e Noblat? É que Merval Pereira, que nunca mereceu atenção,  agora acusa uma "turba petista" que o ameaça na rua; cerca seu carro etc. Uma acusação que vem justamente quando Merval vê seu livro encalhar enquanto o livro "adversário" dispara em vendas. Clique AQUI para ler a matéria no Brasil 24/7.

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