terça-feira, 19 de maio de 2009

Trabalho versus ganância



Daqui a pouco será dada uma coletiva para esclarecer o mega-negócio entre empresas catarinenenses: a compra da Sadia pela Perdigão.

E melancólico o fim da Sadia, mais uma vítima do derrocada do neoliberalismo...

Mas a falência da maior indústria de alimentos frigoríficos do Brasil é um retrato de como a ganância pode destruir, em uma semana, uma história de muita luta, trabalho e sucesso que durava seis décadas...

A ruína começou quando o financeiro da Sadia resolveu dobrar as apostas nos derivativos do Lehman Brothers. Acontece que uma semana depois, o Lehman quebrou.

Quem perde somos todos nós, consumidores brasileiros...

ATUALIZADO:

- A nova empresa vai se chamar "BRF" - Brazilian Foods. Que lindo nome, não!?
- Diferente do que foi noticiado, não foi uma "fusão", mas sim uma COMPRA (ou "encampação"); A Perdigão encampou a Sadia, que estava mal das pernas. Não entendo como a mídia tem tanta dificuldade em dizer que foi uma compra. Deve ser a grana da publicidade. Da mesma forma, não houve "fusão" entre o Itaú e o Unibanco, mas sim uma compra (O Itaú comprou o Unibanco);
- Dizer que a criação da BRF será bom para o Brasil e para os consumidores é o mesmo que dizer que o Custódio será bom para Juiz de Fora e para os juiz-foranos;
- Uma fusão é sempre ótimo para os empresários e péssimo para o país e os consumidores. Ou você poderia dizer que, com o surgimento da Ambev (Brahma, Skol e Antarctica), a cerveja ficou muito mais gostosa e barata? E quantos empregos a "fusão" gerou no Brasil? E que fim levou a Ambev? Resposta: virou "Inbev" e nem brasileira é mais ( já que virou subsidiária da cervejaria belga Interbrew);
- Anote aí: as marcas Sadia e Perdigão continuarão no mercado com seus mesmos produtos e sabores, mas os preços... E breve a BRF será encampada por uma multinacional de alimentos.

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